O mercado financeiro iniciou a semana com revisões importantes nas projeções econômicas, impulsionado por uma decisão inesperada do Copom e novos dados de inflação. O Boletim Focus, divulgado na segunda-feira, capturou esse movimento de ajuste, refletindo uma elevação na projeção da Selic para 2025, além de sinalizações mais otimistas para o crescimento do PIB e para o câmbio.
A principal surpresa foi o aumento de 25 pontos-base na taxa Selic, que agora está em 15,00%. O comunicado do Comitê de Política Monetária adotou um tom firme, indicando que os juros devem se manter elevados por um período prolongado. O foco do Banco Central é conter a desancoragem das expectativas de inflação — e, se necessário, uma nova alta não está descartada.
Apesar disso, o cenário inflacionário ainda é ambíguo. O IGP-10 apontou deflação de 0,97% em junho, com recuos relevantes nas matérias-primas, como o milho. Já o IPCA desacelerou, influenciado pela queda nos alimentos, enquanto o INCC subiu, pressionado pelos custos com mão de obra. Como resultado, o mercado revisou levemente para baixo a projeção do IPCA de 2025 (de 5,25% para 5,24%).
No campo cambial, a tendência de valorização do real se intensificou com o aumento do diferencial de juros em relação ao cenário internacional. A nova mediana das projeções para o dólar caiu para R$ 5,72 em 2025.
Já o PIB teve leve alta nas expectativas: de 2,20% para 2,21% em 2025, e de 1,83% para 1,85% em 2026 — sinalizando resiliência na atividade, com destaque para o mercado de trabalho.
No exterior, o Federal Reserve manteve os juros entre 4,25% e 4,50%, adotando tom cauteloso diante das incertezas globais, como as tensões no Oriente Médio e a política comercial dos EUA.
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